
Dedilhava os dedos esguios, onde o vermelho La boheme se destacava, ao ritmo da música que dava voz à noite. Era quase um sussurro… um apelo distante para que o seu corpo vibrasse. Estava sozinha, perdida num mar de desejos que a embriagava e lhe roubava a consciência do momento.
As horas tinham-se esquecido dela num canto do tempo que fugia veloz. Tornaram-se meses e destes anos nasceram sem que ela soltasse os seus sonhos nas esquinas da vida. Era um corpo no deserto, existência esquecida entre grãos de areia ardente.
Não se lembra quando é que elas chegaram. Talvez a sua presença fosse uma constante…adormecida, mas real.
Não se lembra da primeira vez que elas lhe roubaram o conteúdo do sono obrigando-a a sonhar acordada.
Não se lembra das gotas de chuva que caíram na sua pele banhada de um sonambulismo pálido.
Lembra-se apenas de ser invadida por um desassossego, de um alvoroço descontrolado a alastrar dentro de si, uma ansiedade sem medida a roubar-lhe a realidade ausente em que vivia!
Inquietudes que chegavam de mansinho, como a espuma das ondas que de madrugada beijavam a orla da praia.
Inquietudes que cresceram, ramificando entre o seu ser e o seu pensamento.
Inquietudes que comandaram os seus dias, vestindo de certezas ocultas os seus esquecidos quereres.
Nessa noite vestiu o seu sorriso de água cristalina adormecido no armário da amargura; salpicou o corpo desperto de um perfume condimentado por gotas de feitiços mil; rosas acetinadas, rubras e bravias desceram pelos seus seios em trajes de desejos; cintilavam no seu olhar brilhos felinos do (re)encontro.
Com a solidão a tiracolo, fechada na carteira dourada- toque final do seu desígnio, abraçou a frescura da noite antes da vontade esmorecer.
Partia sem destino, mas com vontade. Atenta aos sons, às cores, ao sabor da descoberta. Quando entrou no bar, onde os dedos dedilhavam na mesa, olhou para o espelho longo que pintava a parede e admirou-se com aquela desconhecida que a mirava com um olhar de gozo. Aos poucos conseguiu reconhecer-se vinda de um mundo há muito esquecido.
Gostou do que viu. Sentia em si, a chama de outros olhares.
Eram inquietudes, mas vestidas com um novo traje, com o longo traje da paixão!
As horas tinham-se esquecido dela num canto do tempo que fugia veloz. Tornaram-se meses e destes anos nasceram sem que ela soltasse os seus sonhos nas esquinas da vida. Era um corpo no deserto, existência esquecida entre grãos de areia ardente.
Não se lembra quando é que elas chegaram. Talvez a sua presença fosse uma constante…adormecida, mas real.
Não se lembra da primeira vez que elas lhe roubaram o conteúdo do sono obrigando-a a sonhar acordada.
Não se lembra das gotas de chuva que caíram na sua pele banhada de um sonambulismo pálido.
Lembra-se apenas de ser invadida por um desassossego, de um alvoroço descontrolado a alastrar dentro de si, uma ansiedade sem medida a roubar-lhe a realidade ausente em que vivia!
Inquietudes que chegavam de mansinho, como a espuma das ondas que de madrugada beijavam a orla da praia.
Inquietudes que cresceram, ramificando entre o seu ser e o seu pensamento.
Inquietudes que comandaram os seus dias, vestindo de certezas ocultas os seus esquecidos quereres.
Nessa noite vestiu o seu sorriso de água cristalina adormecido no armário da amargura; salpicou o corpo desperto de um perfume condimentado por gotas de feitiços mil; rosas acetinadas, rubras e bravias desceram pelos seus seios em trajes de desejos; cintilavam no seu olhar brilhos felinos do (re)encontro.
Com a solidão a tiracolo, fechada na carteira dourada- toque final do seu desígnio, abraçou a frescura da noite antes da vontade esmorecer.
Partia sem destino, mas com vontade. Atenta aos sons, às cores, ao sabor da descoberta. Quando entrou no bar, onde os dedos dedilhavam na mesa, olhou para o espelho longo que pintava a parede e admirou-se com aquela desconhecida que a mirava com um olhar de gozo. Aos poucos conseguiu reconhecer-se vinda de um mundo há muito esquecido.
Gostou do que viu. Sentia em si, a chama de outros olhares.
Eram inquietudes, mas vestidas com um novo traje, com o longo traje da paixão!