terça-feira, 30 de setembro de 2008

Saborear



Descascar a roupa que te protege
Docemente…
Molhar os dedos e saborear-te
Lentamente…
Sugar o sumo que escorre
Avidamente…
Adormecer no teu jardim
Apaixonadamente…

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Noites de fogo



O tempo escorre
Como chama líquida
Pela pele dos dedos ansiosos.
Ardem no teu corpo momentos de luz
Lembram dias inacabados…
…despertam noites de fogo!
Invento o amor no teu olhar
Encontro o desejo no teu toque
Derreto-me ao som da tua voz!
E faço-me nada nas mãos
Que me dão instantes de tudo
…sonhos à solta no meu peito.
Atravesso contigo o espaço
Como se feita da espuma que o mar
solta nos seus infindáveis orgasmos!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Fazer da ausência presença



Tinha a mão encostada ao seu peito, como quem se certifica que o palpitar do coração ainda era real.
Sentada na mesma rocha, onde ambos tinham partilhado o salgado aroma das ondas, olhava o firmamento como se a realidade pudesse ser modificada pelo simples facto de ela querer que assim fosse.

Ele tinha surgido na sua vida vindo de um nada tão longínquo que ela não imaginava sequer que pudesse existir
Primeiro sorriu-lhe, depois conquistou-a, a seguir amou-a com uma intensidade que ela descobriu extasiada, quando já estava apaixonada por ele.
Sem saber como nem quando sentiu que ele passara a fazer parte dela e ela dele…sentiam-se, adivinhavam-se sem necessidade de palavras…mas a verdade é que ambos gostavam das palavras e brincavam com elas e com elas vestiam os sentimentos que a medo iam descobrindo!
Estranhas coincidências tornavam-nos um só, mesmo quando na diferença viam que podiam ser iguais no amor que partilhavam.
A medo ela embarcou na rota da loucura que o corpo dele traçava, aprendeu novos caminhos que a conduziam até à força do seu amor…e mais do que o medo assustava-a a sua força que se alimentava dos dois… como se nada mais existisse para além daqueles momentos.
Não era…nunca foi fácil dar corpo àquele amor…eram imensos os sinais proibidos que apareciam no percurso que queriam trilhar!
Como se acreditassem que a lua nascia só para eles abraçavam-se no vazio que se desenhava nas noites, cobriam a saudade com beijos de paixão. Ele cantava-lhe a canção que lhe tinha oferecido, ela sussurrava-lhe ao ouvido palavras do poema que lhe tinha escrito!
Aprenderam a amar-se antes de se conhecerem e tudo era uma (re)descoberta a dois corpos.
Os sorrisos venceram as lágrimas, o seu olhar apaixonado conquistou-a, na sua mão traçou um novo destino e percorreram um longo caminho que os deixou unidos na certeza de que nenhum outro significado poderiam ter as palavras: “Sou tua”, “Sou Teu”!

…um dia, tanto tempo depois (!) quando acreditaram que afinal não tinha sido o acaso que os juntou, quando viviam finalmente à distância de um respirar ela sentou-se na terra molhada depois de se terem amado com o mesmo desejo de sempre e disse:
- Sinto que o ar me foge, como se tivesse inveja deste sentimento que nos incendeia!
Assustou-se ele com a palidez de cera que o seu rosto transmitia, pegou-a ao colo e no hospital soube que nem a força do seu amor seria suficiente para que o coração dela continuasse a bater.

Dor, raiva, amargura, revolta … da loucura do amor à loucura da morte!
Beijou-a em desespero, apertou-a contra si, como se isso a pudesse devolver à vida que ele sempre amou.
Lembrava-se de sempre lhe ter dito que ela era “o seu sopro de vida…a brisa que o acompanhava de noite e de dia…”
Agora queria ser ele o sopro da vida que lhe fugia, mas não sabia como o fazer!
…nos beijos que lhe depositava na boca deixava pedaços de si…
…nas palavras que lhe colava aos ouvidos lembrava-lhe as promessas de que seria para sempre…
…mas apenas o silêncio lhe respondia, um silêncio que o feria e que o afastava cada vez mais dela!
Sabia que era loucura, mas tudo lhe dizia que essa era a única forma de permanecerem unidos para sempre.
Só havia uma pessoa que o podia ajudar e não queria perder nem mais um minuto, tudo tinha que ser feito antes que tarde se tornasse…havia obstáculos a vencer, medidas a tomar, mas sabia que voltar atrás era impossível!

Dias depois ela acordou!
Procurou-o com o olhar, sentia-o mas não o via!
Quebrou-lhe o soluço a voz … as lágrimas caiam-lhe pelo rosto pálido de quem venceu uma batalha impossível contra a morte!
-Como o deixaram fazer isto?
Ninguém soube como lhe responder, tudo tinha sido feito enquanto ela dormia o longo sono da dúvida!
De nada adiantou que negassem, o que para ela era evidente!
…sempre tinha sido assim desde que se conheceram. Adivinhavam-se em todas as situações, por vezes as palavras atropelavam-se no caminho por demasiado parecidas ao que queriam transmitir!
Se ela o sentia e ele não estava ali, isso só poderia significar que ele cumpriu o que sempre tinha prometido: ficariam unidos para sempre…sempre disse que não estava disposto a morrer de amor, mas que se fosse preciso morreria por ela!
-“Estou em ti como sempre estive, nada nem ninguém nos poderá separar”
Pegou nessas palavras escritas com a letra do seu amor nas costas de um papel que ela lhe tinha oferecido com uma palavra apenas e levou-a até ao coração que agora era dos dois!
As lágrimas escorregaram … tinha tantas saudades da sua presença, mas verdade é que também tinham aprendido a fazer da ausência presença … mas não conseguia imaginar como viver duas vidas numa só!
Com a mão no peito, à beira do mar que conjugaram com o verbo amar, perguntava como merecer o seu amor?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O amanhecer dos corpos



Acordou com o primeiro raio de sol que beijava a parede do quarto.
Sentiu novamente o prazer que a adormeceu quando a noite já se tinha despedido.
...Aconchegou-se àquele braço forte que a prendia à realidade.
...perdeu-se no caminho de descobertas que a tinha levado até ali...até ele!
...e deixou os dedos escreverem palavras de desejo nas linhas marcadas daquele corpo másculo.
Viu que ele despertava através do tremor insuspeito da sua pele, no entreabrir espontâneo dos lábios adormecidos, no abraço que a aconchegou.

Sorriu e disse-lhe:
-Que respondes quando a madrugada te acorda com um sopro de vida?
-Roubo-lhe a sua essência e ofereço-te o amanhecer dos corpos!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Traços de vida



Olho para a palavra e sinto toda a força que ela me consegue transmitir...não sei se é especialmente bela...confesso que enquanto palavra… só por si, não é das que mais me atrai. Mas, as palavras têm destas coisas podem não ser belas, podem não se engalanar como se fossem a rainha da festa e, no entanto, na sua simplicidade, podem dizer tanto e significar ainda mais!

Olhei para ela mais uma vez...estava escrita na areia da praia onde tinha ido depositar os meus pensamentos: duas vogais e duas consoantes...simples até na composição!

Uma breve aragem revolveu a areia e deixou-a órfã de uma vogal...parecia doente…sem significado aparente. Baixei-me e desenhei com o dedo indicador o "I" que tinha desaparecido...não custou nada e ela voltou a ter o sentido que sempre teve, aquele que me fez olhar para ela durante tão longos minutos.
Cruzei os pés na areia e sentei-me nas nuvens longínquas que se desenhavam no céu banhado daquele ouro de fim de tarde que só alguns conseguem apreciar...

Dois miúdos jogavam à bola bem perto de mim...não os tinha visto, absorta que estava no meu olhar longínquo! Quando os vi perdi-me no seu riso traquina e nas movimentações dos seus pés descalços que apagavam a segunda consoante da palavra. Sentindo o meu olhar espantado a pousar sobre eles fugiram entre fortes gargalhadas… voltei a insistir e desenhando um “D” a palavra voltou a ter a sua terceira letra!

Gaivotas rasgavam o céu num voo cansado, enchiam o ar de um piar ensurdecedor…cansada uma poisou na areia as patas em formas de “V” que se multiplicavam e vida ganhou mais ritmo…

Arrastavam-se as ondas na praia, cristais de espuma feitos do sal de lágrimas ininterruptas tentavam alcançar o fim da palavra…banhavam levemente o “A”, que vincado na areia teimava em permanecer… assim é!
Entre ventos, gestos, momentos de desânimo e marés vai vencendo a luta pela sobrevivência… a VIDA!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Um país…um regime…várias contradições



Há uma dúzia de anos visitei Cuba pela primeira vez. Provavelmente devido ao fascínio que este país exercia sobre mim confesso que fiquei encantada: um mar fabuloso, música que parecia nascer em todos os cantos, pessoas que transbordavam simpatia apesar de todas as dificuldades que saltavam aos olhos, mesmo dos mais distraídos.
Saí de lá com a certeza de que um dia voltaria.
Este ano resolvi regressar e apostar numa viagem diferente…entrar mais a fundo na vivência das pessoas, procurar o outro lado das coisas. E descobri um país feito de dualidade, de paradoxos, de contra-sensos e contrastes…um país à deriva a lutar entre o sonho e a realidade.
Acho que não há melhor imagem de Cuba do que dizer que se trata de um Museu Vivo. Em termos arquitectónicos, de património, do parque automóvel…e mesmo de ideias!

A história de Cuba parou basicamente entre 1958 e 1959 altura em que Che Guevara iniciou uma marcha para Havana, capital de Cuba. Em 1959, Fidel Castro liderou a Revolução Cubana contra o ditador Fulgêncio Batista. Fidel Castro não era comunista, aliás, os comunistas apoiavam Batista e não confiavam em Fidel, no entanto, foi ele que mobilizou a juventude cubana e conseguiu eliminar o analfabetismo em apenas um ano, realizou a reforma agrária, desapropriando propriedades dos americanos, o que terá levado os EUA a considerarem o líder cubano um inimigo e tentarem derrubá-lo, treinando ex-militares de Batista para invadir Cuba, para além de deixarem de adquirira açúcar cubano, o que obrigou Fidel a aproximar-se da União Soviética e dois anos mais tarde instaurar um regime ditatorial de orientação marxista e partido único.

Nestes quase 50 anos de regime Fidel conseguiu algumas proezas que considero admiráveis num país com uma dimensão quase similar à de Portugal, sem grandes riquezas naturais (à excepção de um mar e de belezas naturais que cativam qualquer um) e com um bloqueio internacional que, pelo menos no início, funcionou eficazmente. Claro que durante várias décadas contou com o apoio do Bloco de Leste que, de alguma forma colmatava dificuldades existentes e tornava mais fácil alimentar com balões de oxigénio uma situação que, de outra forma, ter-se-ia tornado insustentável.
Com a queda do muro de Berlim e a modificação da situação internacional, Cuba foi um dos países que sofreu na pele com essa mudança, ou seja a sua população sentiu cair em flecha o seu nível de vida.

Das proezas conseguidas é de realçar ma quase nula taxa de analfabetismo, um sistema de saúde capaz de causar inveja à maior parte dos países ditos desenvolvidos, um sistema de protecção civil muito bem montado, como pude constatar com a passagem do furacão “Gustave” e um apoio à população, principalmente em termos de concessão de casas para habitação. Dito assim pode parecer pouco, mas quando olhamos para a maioria dos países da América Latina constatamos que não é assim tão pouco o que o Governo oferece. No entanto, se formos mais ao fundo da situação descobrimos o outro lado da moeda…o ensino é bom (sempre gratuito, sendo que quando mudam de estatuto de estudante para trabalhador uma parte do salário auferido é-lhes retirada para subsidiar a formação dos mais novos), de tal forma que quase todos os cubanos entre os 40 e os 20 e poucos anos possuem um curso superior (e não falo apenas de terem um diploma, mas de possuírem conhecimentos aprofundados), no entanto poucos são os que exercem a sua profissão, optando por trabalharem em profissões ligadas ao turismo, pois a possibilidade de auferirem gorjetas superiores ao ordenado é um factor determinante. Significa isto que as mais-valias criadas não são devidamente aproveitadas, razão pelo qual um dos guias que tive era arquitecto, o empregado da mesa do hotel era professor de química e assim por aí adiante.
Quanto ao sistema de saúde…creio que o valor da medicina cubana é reconhecido um pouco por todo o mundo, aliás por algum motivo Hugo Chavez celebrou um protocolo com Cuba em que manda petróleo em troca de médicos cubanos (um acordo benéfico para os dois). A população tem acesso a um sistema gratuito de saúde, mas faltam medicamentos que complementem essa oferta. Claro que o bicho papão do bloqueio americano surge logo em lugar de destaque, mas a verdade é que hoje em dia o bloqueio é quase inexistente. Quer o Canadá quer a França, entre outros países, têm furado esse bloqueio em vários domínios, se não o fazem em termos de fornecimento de medicamentos é porque esse é um dos argumentos utilizados na luta anti-americana.
Pelo que pude ver e ouvir (através de inúmeras conversas que tive) há pobreza em Cuba, mas não há fome, todos têm acesso ao mínimo (embora se esse mínimo for analisado pelos parâmetros ocidentais seja muito pouco)…contudo, a par das vantagens que isso pode trazer há um conjunto de desvantagens que acabam por impedir o desenvolvimento económico do país.
O ordenado base para o trabalhador comum é muito baixo e serve, em regra, apenas para a aquisição do essencial à sobrevivência. Os ordenados dos trabalhadores rurais e daqueles que não se encontram ligados à indústria do turismo são ligeiramente mais elevados face aos ordenados dos trabalhadores ligados ao turismo, isso porque é ideia feita que estes conseguem, através das gorjetas, um verdadeiro complemento ao seu ordenado… o mesmo é dizer que quase toda a gente se faz à gorjeta neste país e que a qualidade do serviço está dependente de desembolsarmos ou não o respectivo peso.
Por falar em pesos essa é outra incongruência deste país… Cuba tem duas moedas uma para os turistas, o peso convertido (mais conhecido por CUC) e o peso para os cubanos. Pelo que pude averiguar a média dos ordenados anda entre os 17 pesos convertidos (o que não dará mais de 15 euros) e os 25 pesos…para o comum dos trabalhadores. Tendo em conta que a maioria dos casais cubanos vive em casa dos pais, isso significa que são 3 ou 4 ordenados que entram em casa dentro dos valores referidos, o que diga-se em abano da verdade não dá para muito, pois uma t-shirt banal custará cerca de 11 euros e uns sapatos poderão custar mais de 30 pesos convertidos, o que faz com que a solução seja recorrer a artigos em 2ª ou 3ª mão.
Desta forma o sistema proporciona o básico, mas paralelamente a isso promove a pequena corrupção e o contrabando de produtos típicos como o rum e o “puros” cubanos e não incentiva à produtividade…
Como dizia uma cubana que trabalhava no hotel “o regime deu muita coisa boa a Cuba, mas tem de evoluir…50 anos sem mudanças estagnou o país, impediu o crescimento e o aumento da produtividade, todos fazem o mínimo, porque sabem que recebem o mesmo independentemente do esforço. A par disso é revoltante saber que o regime luta contra a fuga de cubanos para Miami, mas recebe de braços abertos as suas «remessas» de divisas”.
Para alguns este comodismo já faz parte da forma de vida, noutros sente-se uma revolta surda, mas quando os questionamos sobre o futuro…tanto para uns como para outros a apatia é geral e o encolher dos ombros o gesto mais comum.
Ao contrário do que é regra, este ano, pela primeira vez Fidel não apareceu nem discursou no dia do seu aniversário…provavelmente a doença já começa a vencer o corpo deste guerrelheiro. Para os cubanos, no entanto, ele continua a ser um herói, alguém que deu corpo a um sonho..é interessante ver como em Cuba se cultiva a imagem de ídolos como Ché Guevara, de Jose Marti e de outros guerrelheiros, mas a imagem de Fidel é preservada, de tal forma que quase me apetece fazer uma comparação com a igreja católica que representa os seus santos, mas nunca tem uma representação física de Deus.
E a dualidade continua numa série de pequenas coisas que marcam o dia-a-dia deste país. Por exemplo há autocarros para turistas e outros para cubanos…a liberdade de expressão é uma utopia. Falar com um cubano não é tarefa fácil, num bar em Varadero alguns diziam que era necessária uma autorização especial para falarem com turistas, noutras situações sempre que tentava abordar a situação do país falavam muito a medo antes de ganharem confiança e sempre com os olhos a investigarem se alguém se aproximava. Uma das bandeiras de Raul Castro foi o facto de ter permitido o uso de telemóveis por cubanos o que é importante não fosse o preço exorbitante das telecomunicações em Cuba, o que torna quase impraticável o seu uso mesmo para turistas, quanto mais para os naturais deste país…a Internet é extremamente lenta e a preços quase proibitivos. Quanto à televisão por satélite (não o posso afirmar com precisão) mas pareceu-me ser de uso exclusivo para turistas.

A VISITAR:
Continuo a achar que estas incongruências fazem de Cuba um verdadeira “case study” em termos de estudo de política internacional… mas à parte disso o país possui um conjunto de factores que justificam uma visita atenta. Havana, cuja parte antiga foi classificada pela UNESCO como património da humanidade encanta pela variedade de estilos arquitectónicos e decoração, onde se convivem em todo seu esplendor o barroco e o neoclássico, o renascimento e o "art nouveau" em palacetes, casarões coloniais, conventos e igrejas. Durante anos, a falta de poder económico impediu a recuperação destes edifícios, mas actualmente alguns deles já começam a ser recuperados fazendo com que a cidade deixe de ter um aspecto de cidade degradada. Visitas obrigatórias nesta cidade é o Malecón, Paseo de Martí, Parque Central, Plaza de Armas, Castillo de la Real Fuerza, Plaza de la Catedral, Plaza Vieja, Estação Central, A Catedral, o Capitólio e claro é de passaegm obrigatória El Floridita, La Bodeguita del Médio (Locais eleição de Hemingway, famosos pelos seus daiquirise mojitos e ainda a gelataria Coppelia.
Os cayos, famosos pelas suas praias de areias brancas e águas calientes são destinos especiais, bem como Varadero, Trinidad (cidade que também é património da humanidade) que parece ter parado em pleno século XVII), Cienfuegos, Guama, Cardénas (onde pela primeira vez foi hasteada a bandeira cubana) e Santiago de Cuba (segundo dizem porque nunca visitei este cidade pela longa distância que fica de Varadero, deslocação só mesmo de avião e confesso que a minha experiência com os aviões cubanos deixou algo a desejar).