quarta-feira, 25 de novembro de 2009



Volto a esse espaço a essa rua sem nome, pelo menos nas minhas memórias vazias. Lá te encontro. Formas que recupero de ontem. Para que o hoje não invalide o amanhã.
Um corpo. Desalento no sopro do vento norte.
Um olhar. Bebido na ilusão de um bar a fechar.

Escrevo dor. Recupero a tua atenção. Sabes do que falo aí no recanto das tuas feridas abertas.
Desenho os contornos curvados que te capto. Moldo-me. Choro seco que alimenta os ponteiros desse relógio... dessa hora já vivida.

dono.o tempo.escraviza os momentos.
eu. neste tempo sem ti!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

No hálito adormecido das palavras


No hálito adormecido das palavras moribundas
que vomitam sentimentos ultrajados
grito dores, rasgo carnes apodrecidas,
na farsa de uma vida de dias esmagados!

Vagueio nos braços da noite, onde o silêncio
Percorre descalço a oca solidão deste vazio.
Calco cinzas de mim…na mortalha
Que envolve fumos de queimada palha.

Descubro nas linhas de uma sina aldrabada
Ser filha de um passado que não vivi.
Traço nos papéis desertos da rua a coordenada
De um trilho para onde enfim parti!

Esqueço sonhos, apago a saudade
Vagabunda sem raízes em árido solo
Como se fosse a história da humanidade
Sonâmbula e adormecida no meu colo.