sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Em festa...




UM ANO…
Faz hoje um ano que nasceu o “Palavras em Desalinho”.
O tempo passou e este projecto ganhou corpo, vestiu formas algumas por mim imaginadas outras que me surpreenderam.
Ao longo dos tempos afeiçoei-me a este espaço…virtual é certo, mas que me deu alegrias, me permitiu conhecer pessoas que marcaram a minha vida. Sempre valorizei a palavra amigo, por isso posso dizer que aqui fiz amigos, nestes meus “Desalinhos” sorri, emocionei-me e vivi.
Sei que não sou um exemplo de assiduidade em termos de publicação, mas nem sempre o tempo e a inspiração chegaram para que os poemas surgissem e as fotos fossem tratadas como pretendia…por isso sempre optei por publicar apenas aquilo de que gostava verdadeiramente.
Não sei como será o futuro, sei apenas que quero agradecer a presença, as palavras e, acima de tudo a ternura que têm manifestado todos os que por aqui passam.
Obrigada por tudo e principalmente por estarem aqui.
Deixo-vos um cocktail de amizade e uma rosa como prenda por festejarem comigo este ano de vida.
Beijos a todos...e muito obrigada.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Calada da noite


Quero dizer que te amo
Num sorriso envergonhado
Esboçado na calada da noite.
Inundar-me na luz da tua voz
Enquanto percorro a lenta
Madrugada em que despertamos!
Espero as palavras
Que os teus olhos
Me cantam em segredo!
Fluidos de emoções
A esvoaçarem coloridos
Nas franjas dos teus cabelos!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Silêncio em fuga


Passou por ele e não o viu.
Ele reconheceu-a, seguiu-a com os olhos embaciados e soube que estavam em universos opostos. Não adiantava agarrar a ilusão de um amor, se ela se recusava a permanecer.
Foi para casa e quando lhe telefonou a dizer que se tinham desencontrado limitou-se a confirmar elogiando o vestido claro que fazia brilhar a sua pele dourada e o verniz vermelho que ardia na areia que ela pisava.
Mas, então…estavas lá!
-Eu, sim! Mas, tu não! Toquei-te com o meu olhar e tu nem sentiste. Enviei-te uma mensagem pela brisa que acariciava os teus cabelos e tu devolveste-a sem a ouvires.
-Não te vi…
-Não me quiseste sentir!
-Lamento.
-Tiveste medo, por isso fugiste de mim.
Fez-se um silêncio vindo das profundezas do oceano, um silêncio desenhado de fuga e de medo e que a impedia de viver!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ausência


Ontem disse-lhe que não viria.
Fechou a porta pondo um ponto final na história.
Sorriu confiante como se as palavras fossem apenas uma birra infantil, sem importância.
Sabia do poder das suas mãos no corpo dela, da força dos seus sussurros na concha que era a sua vida, da mensagem decifrada dos seus beijos.
Mas esqueceu-se…dela: mulher-desejo, mulher-mistério, mulher-vida.
E esperou uma longa noite abraçado ao fumo do cigarro, olhar perdido na chávena de café frio.
Fugiu o dia e chegou uma lua cheia de nada, vestida com o negro nocturno.
A porta continuava fechada. As palavras ecoavam entre as paredes compondo uma balada de medo e saudade.
Lembrava-se agora de cada traço das suas palavras, de cada sorriso dos seus suspiros, da voz meiga sem exigências, da coragem de ser mulher em todas as adversidades.
E soube finalmente que a tinha perdido, que ela se tinha tornado definitivamente – ausência!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Cobrir-te de ternura


Cobrir-te de ternura

Deixa-me ser o rasto do mar
em que mergulhas para esquecer.
Deixa-me ser o manjar
saboreado no segredo da noite.

Adormecer-te entre sonhos
matizados com cores da maresia.
Cobrir-te de ternura
no afago do toque doce.

Perder-me dentro de ti
calar as vozes da inveja…
Roubar-te palavras de mágoa
e inundá-las em ondas de felicidade!