terça-feira, 21 de abril de 2009

Sol de Abril


Não posso esperar que Abril passe, sentada na soleira da porta deste estranho sentir. Correm as águas mil dentro destas partículas que se fazem corpo, piam as aves num agoiro que não tem de ser obrigatoriamente mau, talvez apenas…nada!
E corre Abril, como as águas tumultuosas deste rio em que me abro, soltam-se as vozes em gritos que ecoam, dizem da solidão onde se perdem nos meandros dos dias despojados de tudo.

…e volta Abril com aromas de Primavera num ranger de dentes, onde o Inverno ainda permanece.
Amadurece a fruta no desmaiado sol, insuficiente para abafar essa sucessão de arrepios. Fecham-se os olhos na espera de um vazio que tarda em chegar!
Abracei-me ao sol que se soltou das tuas palavras e com elas Abril voltou a florir!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Horas vazias



Vazia como apenas o nada consegue estar.
Vazia como apenas a dor consegue ser.
Vazia como apenas o silêncio consegue dizer.

Tão grande o espaço deste vazio
Que oculta palavras esquecidas dentro de nós!
Tão imensa a ausência do real
Que apaga o desejo semeado em mim!
Tão intenso este passado de mágoa
Que afasta o corpo da minha alma!

No céu a lua esconde grossas lágrimas
Pérolas da noite em deserto de sentimentos
Caminha o medo ao meu lado
Companheiro inseparável de horas vazias!