sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Reconquistar o meu nada vazio!



Naquela tarde soube que ele seria meu, apenas meu!
O apelo dos corpos sedentos era tão forte que o tempo se calou espantado!
E, nesse silêncio, onde o tempo se escondeu, todo o espaço era feito de paixão!
Tempo e espaço rendidos a dois corpos ínfimos.
Tudo era nada…um momento pleno de vazios absolutos.Só de vazios se pode desenhar o espaço.
Só de vazios se pode preencher o tempo.
Só de vazios se pode criar tudo.
Se eu era o nada e tu tudo…
Tudo recebi para que não fosse nada. E, o meu nada te dei para que o moldasses com o tudo que era teu!

Com tudo, fiquei igual ao tudo que sempre foste
…e não gostei…
Perdi o meu nada vazio, o meu espaço e o meu tempo!
Não era nada, nem tudo
…apenas uma cópia…
E as cópias não têm vida
E as cópias não têm alma!
Soltei-te no teu espaço e no teu tempo, para conquistar o meu vazio
…para me reconquistar!

42 comentários:

Huckleberry Friend disse...

As cópias têm tão pouca piada... o bom, quando duas pessoas são uma da outra, é irem trocando bocadinhos entre si. Para encher vazios, mas não até cima. Tem de continuar a haver tudos e nadas. Beijinho, Carla, e até breve.

wind disse...

As tuas palavras prendem. Poema triste, mas muito bem elaborado e saído da "alma".
É o "Começar de novo"
Adorei:)
Beijos

Unknown disse...

Belo e enleante!

Carla disse...

hucleberry
a partilha preenche vazios e, em alguns casos faz-nos atingir o climax.
Até breve

Carla disse...

Daniel
espero por outras belezas lá nos teus "brincos"

Carla disse...

Wind
é preciso que nunca falte a coragem para começar de novo

pin gente disse...

quando o tempo se cala ouvem-se todos os nossos silêncios
o som da tua pele na minha e o do meu suor no teu
escondidos no tempo, rendidos e entregues um ao outro
o teu corpo quis o meu e o meu, tudo o que o teu deu

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá Carla, obrigado pela visita, pelas suas palavras.
Gostei do texto e tambem da muito boa fotografia a preto e branco .
Beijos

Carla disse...

pin gente
e é desta entrega e deste encontro a dois que se preenche o tempo com gotas de amor

Carla disse...

chana
entre a imagem e as palavras perco-me na beleza das duas.
Também gostei muito das suas fotos

Nilson Barcelli disse...

Para além da qualidade da escrita, visível neste poema e nos posts anteriores, nesta excelente poesia apreciei particularmente o pragmatismo (frieza aparente) da recusa e o discernimento para o recuo ao teu interior, de modo a poderes reequacionar o que será melhor para ti.
Claro que pode ser ficção, pois não faço ideia se pertences ou não ao clube dos fingidores. Em qualquer caso, a visão do que disse mantém-se.

Bfs, beijinhos.

Carla disse...

Nilson
E que visão!
mesmo quando se finge há uma parte de nós que nunca se consegue despir totalmente

GarçaReal disse...

Por vezes de vazios é feita a vida.
Por vezes tentamos preenchê-los .
por vezes arranjamos a tal cópia para esconder o âmago.

Adorei o teu poema

Obrigada pela visita e volta sempre

Bom Fim de Semana

Bjgrande

Amaral disse...

É bom quando conseguimos soltar-nos daquilo que nos acorrenta!
A reconquista do nosso estado de espírito mais perto da verdade que é a nossa essência, cria à nossa volta um outro espaço, e dentro de nós um outro mundo...
O "vazio" é o tudo de que somos feitos.
Conquistar o vazio pode bem ser reencontrarmos o nosso "eu interior"!
Se assim é, a Criação produziu o resultado desejado!
Ninguém é maior nem mais do que outro alguém! Apenas se é diferente! Ninguém é igual a ninguém. Apenas se é diferente. A diferença aceita-se e respeita-se.
E cada um, seguindo curvas ou becos ou outros caminhos, continuará a possuir a verdade que o faz ser diferente, que o faz ser Aquilo que é indestrutível...

Anónimo disse...

Há "Bons" que à primeira vista parecem maus.

Recomeçar é sempre bom, seja no que for, mesmo no amor.

Provoca rejuvenescimento, mesmo que seja para o nosso interior, que esse sim, tem de se manter bem cuidado.

Beijinho Amiga

Carla disse...

garçareal
cabe-nos a nós dar sentido a esse vazio, sempre que o conseguirmos

Carla disse...

Amaral
somos nós que moldamos o nosso "vazio" e que lhe damos a forma que pretendemos. Uma vezes somos mais felizes do que outras, nessa tarefa

Carla disse...

Marta
Temos que ser os nossos construtores e termos a capacidade de gerirmos a nossa vida sem nos esquecermos de nós próprios e das nossas necessidades

Capitão-Mor disse...

Estive a fazer uma retrospectiva pelos posts que escreveste durante estes dias. Só posso afirmar que estás a fazer um trabalho magnífico...
Bjo

P.S. - Esta foto é-me familiar. È no Alentejo,certo?

Unknown disse...

Lá está... com o teu Nada podes ser Tudo. Aí recomeça a maravilha do deslumbramento. :)

Bjzz do nada

Carla disse...

capitão
obrigada pelas palavras.
Quanto à foto acertaste é em Marvão, num dia repleto de chuva e nevoeiro

Carla disse...

Kraak
Assim se faz a magia dos sentimentos. Um autêntico carrossel...

Fatyly disse...

Há uma frase minha de há muitos anos e já inserida em vários locais aqui na net que é:

- a minha vida é feita de NADAS, mas NADAS tão cheios de TUDO!

Nas mil formas de amar...quantas vezes desvalorizamos os nadas e lendo o teu poema consigo chegar ao que muitos de nós humanos não fazemos: primeiro aprendermos a gostar de nós próprios (sem castrações) para a partir daí abraçarmos o mundo.

Nunca questiono se é ficção ou real, porque mesmo ficcionado há sempre um pedaço nosso, mas eu, quando leio algo tornado público leio como se fosse meu, para mim e por mim:) daí aprender tanto, mas tanto.

A Marta (ai, ai Marta:)) diz que "é sempre bom recomeçar até no amor" claro que não poderia estar mais de acordo, mas depois de um treino intensivo de anos de...mais uma oportunidade-recomeça-perdoa...perdi os melhores anos da minha vida. O tanas:) e se um dia, quem sabe né? não gostaria de estar na pele do homem que me convencer de novo a recomeçar.

O que disse não é ficção, é a minha verdade sentida e não ligas porque é efeito do sono.

Beijos e está DIVINAL.

Anónimo disse...

Por vezes tentamos preencher o vazio do nosso tempo com o tempo vazio e sem nada de outros, ficando nós ainda mais vazios que o nosso vazio tempo!!

Beijinhos

Mar Arável disse...

SOPRO-TE E VOO

Gonçalo Tavares de Almeida disse...

A foto é tua? Está fantástica. O vulto a sair do enovoado é digno de um filme de Hitchcock. Excelente!

Anónimo disse...

Nada que nos faça perder a identidade faz sentido!

Carla disse...

Fatyly
e como não ligar a palavras sábias feitas de uma vida de experiências.
Há tanta verdade no que disseste

Carla disse...

wings
e é nessas alturas que o vazio é tão difícil de suportar, mas vezes há em que o vazio nos deixa uma porta aberta para o (re)construirmos e aí é como uma folha em branco à espera...

Carla disse...

mar arável
e que bem que sabe esse sopro com contornos de liberdade

Carla disse...

Gonçalo T.Almeida
A foto é minha. Ainda bem que gostaste, principalmente depois de ver as belas fotos que tens no teu espaço

Carla disse...

BlackStar
apenas para te dizer que tens razão, em caso algum devemos alienar o nosso ser e/ou o nosso querer.

R. disse...

por exemplo,eu não sei escrever assim :)

lindo,tudo,e tudo!

Beijo

Carla disse...

vertigo
claro que sabes escrever assim, basta passar pelo teu cantinho

Hélder disse...

O vazio também é...
Fantástico.

Carla disse...

htsousa
claro que sim...
...por isso é que vale a pena reconquistá-lo

Anónimo disse...

Bonito. Há sempre um nada e um tudo, um nunca e um sempre, um vazio e um cheio... Era suposto completarem-se mas nem sempre acontece. Por vezes, fundem-se e um assimila o outro... E cada um tem que ser algo, a sombra ou "à imagem" não traz felicidade que suporte o resto...

Beijocas

Carla disse...

lua de sol
tens razão, a felicidade não se faz à sombra de nada nem de ningém!
beijos

AJO disse...

E que bom é sentir esse «reconquistar»... ando a precisar de me reconquistar.
BJS

Carla disse...

AJO
Essa reconquista é, na maior parte dos casos, um processo longo e doloroso...mas quando a conseguimos concretizar deixa uma sensação de leveza bastante intensa

Maria disse...

Excelente, esta tua "libertação"...
beijo

Carla disse...

Maria
é como um sopro que afasta os negros sentires